Tudo que aprendi sobre o autismo estava errado

Quando ouvi do médico pela primeira vez que meu filho estava dentro do espectro autista, eu achava que o autismo era um bicho-papão ladrão de crianças.

Se você é pai ou mãe de uma criança com autismo, você provavelmente recebe (ou já recebeu) conselhos e indicações o tempo inteiro. Eu também recebi! E tinha um pequeno alerta na minha mente dizendo para eu não acreditar em tudo o que ouvia. Sabe por quê?

Quantas e quantas famílias ouviram o “nunca” no consultório médico? Quantas ficaram desesperadas com a notícia de estarem entrando nesse mundo tão desconhecido?

O autismo carrega consigo muitos mitos. E muitas generalizações também. Eu não fazia ideia do que era o autismo até conviver com ele. Está aí a primeira grande lição: a melhor maneira de aprender é convivendo!

Descobri na vivência que autismo não é sinônimo de ausência de empatia ou emoções. Também não é sinônimo de super talentos. Nem de pequenos gênios. Nem de agressividade. Nem de solidão.

Para quem está dentro do espectro, o mundo pode ser um pouco confuso: cheio de sensações, entrelinhas e informações simultâneas. Pode ser difícil conter a sinceridade e também pode ser difícil expressar o que se sente. Pode ser difícil fazer amigos, o que não significa não gostar de tê-los. Pode ser difícil concentra-se, ou muito fácil também. Pode ser difícil aprender, o que não significa que seja impossível.

A verdade é que todo esse emaranhado de informações pode ser mal interpretado e gerar um estereótipo equivocado do que realmente é o autismo. Esqueça de uma vez por todas aquele conceito de pessoas frias, distantes e apáticas!

O autismo pode fazer parte de uma pessoa, mas não a representa em sua totalidade. É possível ter autismo, senso de humor, sociabilidade e empatia, tudo junto. É possível ter autismo e se emocionar. É possível ter autismo e amigos.

E por último, não menos importante, tinha aprendido que deveria amar meu filho, mas odiar o autismo. Tire a palavra “mas“. Ame seu filho sem pensar no “mas” ou no “e se…“. Não pense como seria se fosse diferente. Sempre que colocamos o “mas” depois do “amo“, estamos colocando uma condição. E a condição é uma barreira para a felicidade. Não quero aqui levantar a questão sobre amar ou odiar o autismo, quero dizer que o amor que não impões condições muda nosso olhar sobre qualquer dificuldade!

Por Amanda Puly

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