Pedagogia das fotocópias
Observar a evolução dos desenhos de uma criança é como reviver a experiência dos registros da humanidade. Quanta evolução desde os primeiros rabiscos nas cavernas, não é mesmo?
O bebê inicia sua experiência de deixar marcas usando o corpo todo, não se limita às suas mãozinhas. À medida que cresce, as experiências que lhe são proporcionadas vão contribuindo para o refinamento de seus traços, até formar um desenho claro e preciso. Crianças amam desenhar e deixar suas marcas!
Mas em algum momento da nossa evolução, a experiência livre da criança foi perdendo seu espaço para as fotocópias. Ou impressões. Tanto faz.
O fato é que alguém olhou para os registros da criança em desenvolvimento e considerou que não estavam esteticamente perfeitos…
Segue-se então o modelo. Todo mundo pinta igual. Lá está o desenho pronto.
Onde foi parar a individualidade da criança? A valorização da sua criatividade? Nas paredes da escola, a mesma “atividade” repetida por todos. A expressão artística se tornou um todo-mundo-faz-igual.
Será que é possível fazer diferente?

Criança não precisa se moldada, criança precisa de tempo, espaço e oportunidades para se desenvolver em suas singularidades. Criança aprende interagindo com o mundo! Precisa ser valorizada em sua trajetória com liberdade para se expressar.
Por Amanda Puly