Síndrome de Asperger e a necessidade de intervenções
A Síndrome de Asperger é uma desordem neurológica que afeta a interação com outras pessoas e com o mundo. Não é uma doença, não é falta de educação, nem é culpa dos pais. Pode se manifestar de forma e intensidade diferentes em cada pessoa. Já falamos anteriormente sobre as características desta síndrome. Se quiser saber mais, clique aqui!
Hoje não usamos mais a distinção do Asperger. De acordo com a nova classificação do DSM V (2013), a síndrome passa a fazer parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas pelas características peculiares que apresenta, decidi manter a nomenclatura por aqui, para poder abordar algumas questões específicas.
Em casa, as maiores dificuldades estão relacionadas a comportamentos obsessivos, medos desproporcionais, apegos a rotinas e fácil irritabilidade pelos motivos mais insignificantes. Existe um grande desequilíbrio, onde a criança pode ter dificuldades em compreender o que acontece ao seu redor, mas consegue se concentrar em algo específico de maneira que a maioria de nós não é capaz. Essa grande capacidade de concentração é a responsável por torná-los talentosos na música, artes, esportes, ciência ou matemática, por exemplo.
O tratamento deve ser direcionado considerando as habilidades e limitações de cada criança. Existem alguns aspectos em comum que devemos trabalhar prioritariamente:
- linguagem corporal, expressões faciais, imitação;
- variação e ampliação de interesses;
- autonomia para comer, vestir-se, etc.;
- “regras sociais”como esperar a vez, trabalhar em grupo, ser cordial, não ser invasivo, limites, pedir ajuda, etc.;
- redução de comportamentos repetitivos;
- diminuição da rigidez e inflexibilidade de pensamento;
- identificação de transtornos sensoriais (táteis, visuais, olfativos, etc.);
- organização da rotina e aceitação de mudanças.
Para que essa criança cresça sentindo-se aceita e desenvolva autoconfiança, algumas ações podem ajudar:
- Elogie seus pontos fortes;
- Envolva-se com suas áreas de interesse;
- Aprenda a reconhecer quando ela se sente frustrada;
- Respeite seus medos, mesmo quando considerá-los bobos;
- Não faça comparações com irmãos ou amigos;
- Mantenha seu tom de voz calmo, mesmo quando precisar repreender.
É importante também ter cuidado quando há uma supervalorização das habilidades da criança, encobrindo os pontos em que ela precisa de ajuda. Antecipar esse tipo de informação evita comentários como “Tão inteligente, mas ainda não sabe usar o banheiro?” ou “Como pode ler com tanta facilidade e não conseguir segurar uma tesoura?”. Sempre que apresentar a criança a um novo professor ou profissional médico, apresente-lhe seus pontos fortes e fracos.
Quando pessoas com Síndrome de Asperger recebem o suporte adequado em sua infância, conseguem desenvolver-se de maneira muito semelhantes aos seus pares. Elas só precisam ser aceitas em suas diferenças e de pessoas encorajadoras ao seu lado!
Por Amanda Puly
4 Comentários
Bianca
Muito legal esse site…
adelaide rossini de jesus
Para mim o maior problema do autista é não terem habilidade de saber se a pessoa que está a seu lado é do bem ou do mal.
Nesse ponto ele se torna uma presa fácil para pessoas mal intencionadas.
Amanda Puly
Com certeza, concordo com você Adelaide! E acho que uma das coisas mais difíceis de se trabalhar com eles é essa ausência de maldade, essa ingenuidade. Um beijo!
Aline Santos
Tem um filho de 10 anos Asperger, não consegui alfabetizalo ainda, sabe as sílabas mais não consegue ler com coerência, e consequentemente não escreve tbm, faz intervenções com vários profissionais a mais de 3 anos , já não sei mais ok que fazer…