Diabetes Gestacional – é possível passar sem traumas!

Quando se fala em diabetes, já bate uma preocupação. Normalmente é uma doença que acompanha a pessoa para o resto da vida. Mas não em todos os casos. Quero compartilhar aqui a minha experiência com a diabetes gestacional.

Desde o primeiro momento da minha gravidez eu vivi a realização de um sonho, curtia todos os dias a maravilhosa sensação de gerar a MINHA FILHA. Todas as consultas com a obstetra eram muito esperadas, pois poderia acompanhar o desenvolvimento do meu bebê, e checar se estava tudo bem.

gestational-causes-largeA cada consulta, era solicitado que fossem feitos alguns exames, que sempre estavam dentro da normalidade. Meu ganho de peso estava bom, nada acima do normal, então eu poderia ficar tranquila. Porém, por volta do quinto mês, a obstetra solicitou o exame de curva glicêmica, para verificar como estava a absorção do açúcar no sangue. Para minha surpresa, o resultado deste estava alterado.

Quando recebi o diagnóstico de diabetes gestacional, e junto todas as informações a respeito, eu fiquei muito, muito, muito preocupada (pra não dizer desesperada). Lembro que neste dia meu marido havia me acompanhado à consulta, e, depois de sair do consultório, eu chorava, chorava, mas chorava tanto, que o coitado não sabia o que fazer comigo…

Nos dias que seguiram, eu mudei muito meus hábitos de alimentação e controle de peso, pois sabia que a minha saúde e, principalmente, a saúde da minha filha, dependeria muito do meu esforço.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) a mulher passa por grandes mudanças no equilíbrio hormonal durante a gestação. A placenta, por exemplo, produz hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação do açúcar no sangue. Para compensar, o pâncreas aumenta a produção de insulina. Mas em alguns casos, este processo não acontece e a mulher desenvolve o diabetes gestacional.

Tem sintomas?

Segundo a SBD, nem sempre os sintomas são perceptíveis. Podem ser aumento da sede, aumento da micção, aumento da fome e/ou visão turva. Porém, a própria gestação causa estes sintomas nas mulheres.  Daí a importância do acompanhamento pré-natal e a realização periódica de exames. O exame que detecta o diabetes gestacional é realizado a partir da 24ª semana de gestação.

Fatores de risco

  • Idade materna mais avançada;
  • Ganho de peso excessivo durante a gestação;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
  • História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
  • História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
  • Hipertensão arterial na gestação;
  • Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).

Consequências

  • Macrossomia fetal (crescimento excessivo do feto)
  • Parto traumático
  • Hipoglicemia neonatal
  • Obesidade (do bebê)
  • Diabetes na vida adulta

É possível controlar o diabetes gestacional, na maioria dos casos, com orientação nutricional, associado à prática de exercícios físicos (adequados para gestantes, e após o descarte de contraindicação à prática).Diabetic-Diet

Nos casos em que somente a dieta alimentar e exercícios não são suficientes para o controle do diabetes gestacional, existe indicação do uso de insulinoterapia. O uso de insulina durante a gestação é seguro. Se tratado de forma adequada, o diabetes gestacional não gera maiores complicações.

A nova mamãe deverá ter mais alguns cuidados após o nascimento do bebê. O diabetes gestacional é fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Por isso, por volta da sexta semana após o parto, a mãe deve realizar novo teste de tolerância a glicose sem uso de medicamentos antidiabéticos. Além disso, o ideal é manter uma alimentação saudável e prática regular de exercícios. E para as mamães que amamentam, uma ótima notícia: o aleitamento materno pode reduzir a possibilidade de desenvolvimento da doença após o parto!

No meu caso, o diabetes gestacional foi muito bem controlado com dieta alimentar indicada pela obstetra em conjunto com uma nutricionista, e não precisei de tratamento com insulina. Resultado? Ganho de apenas 3 kg durante a gestação (considerando o peso inicial e o peso final), uma filha linda, saudável, que nasceu sem nenhuma complicação!

Por Carol Puly

Artigos Relacionados

Responder