As 5 melhores coisas que fiz pelo meu filho com autismo
Uma criança com autismo é um desafio inesperado para muitas famílias. E como em qualquer outro território desconhecido, seu desenvolvimento será resultado de tentativas, erros e acertos.
Meu filho foi diagnosticado muito cedo e a transformação em seu desenvolvimento é evidente. Ele tornou-se uma criança comunicativa, excêntrica, cativante e surpreendente.
É claro que não acertei sempre. Mas cada vez observo sua evolução, tenho mais convicção do quanto o papel da família é essencial. Aqui deixo um resumo das 5 coisas que eu fiz de melhor:
- Eu li muito. Estudei tudo que estava ao meu alcance para entender a complexidade desse espectro. O autismo afeta integralmente a vida da criança, então as terapias devem ir além do consultório médico. Quanto mais os pais compreendem e se envolvem no tratamento da criança, mais evidente será o seu desenvolvimento. É necessário colocar em prática toda a teoria que aos poucos aprendemos!
- Eu o encorajei a interagir. Ensinei como nos comunicamos, treinei habilidades sociais, mostrei-lhes os sentimentos e aos poucos estamos vivenciando as sutilezas sociais. Tudo isso sem sobrecarregar, apenas incluindo doses diárias de interação em nossa rotina. E ele se tornou o autista mais sociável que eu já conheci!
- Eu fiz de sua felicidade a minha prioridade. Eu abdiquei do meu trabalho, da minha rotina e de outras coisas que gostava de fazer para passar mais tempo com ele. Não que eu acredite que todas as mães devam seguir este caminho, mas hoje eu e ele temos muito mais qualidade de vida porque eu tomei essa decisão lá no comecinho. Não sei como estaríamos hoje se eu tivesse optado por outros caminhos, mas isto deu um novo significado à minha própria vida.
- Eu enxerguei as oportunidades. Por todos os lados há oportunidades de desenvolvimento. Oportunidades que acontecem visitando os avós, desligando a TV, ajudando a mãe a preparar o jantar, tentando usar o sabonete sozinho, regando as plantas em casa, molhando as mãozinhas na goteira, pisando descalço na areia do parquinho, procurando joaninhas, caminhando em seu bairro, disputando o brinquedo com o irmão, trocando livros na biblioteca… Nem uma única oportunidade deve ser desperdiçada.
- Eu lhe proporcionei vivências. Quanto mais variadas as vivências de uma criança, maior será seu conhecimento de mundo. Às vezes bate o cansaço… mas é necessário deixar um pouco de lado a televisão, investir naquelas “fugidas programadas” da rotina e explorar tudo que ainda é desconhecido pela criança.
Crianças atípicas precisam de pais atípicos. Pais que se envolvem, que saem do padrão, que buscam oportunidades a todo momento. Esses pais precisam estar instruídos e fortalecidos, para que sejam as melhores influências no desenvolvimento de seus filhos.
Por Amanda Puly