Autismo: o papel do professor no auxílio do diagnóstico

O autismo é um transtorno que afeta a comunicação e a interação social. Como não possui nenhum sinal físico, pode ser difícil de ser percebido até pelos pais.

A família geralmente conhece bem os pontos fortes e fracos de seus filhos. Mas, na maioria das vezes em que há atrasos no seu desenvolvimento fica difícil enxergá-los, talvez por não terem a convivência com outras crianças que sirvam como referencial ou também por considerarem que algumas diferenças representem apenas traços da personalidade de seus filhos.

Apesar de não terem qualificação para diagnosticar o autismo ou qualquer outra deficiência no desenvolvimento, os professores possuem uma visão privilegiada: conseguem observar cada criança individualmente dentro dos ambientes escolar e social. Os professores estão na linha de frente, justamente por terem a possibilidade de perceber as diferenças que possam ser sinais de alerta nas crianças ainda em idade pré-escolar.

Ao identificar possíveis características do espectro autista em um aluno, o professor acaba se perguntando por onde deve começar. Bem, é importante comunicar o quanto antes o restante da equipe pedagógica e marcar também uma conversa com a família. É difícil dizer a um pai que seu filho pode ter alguma deficiência, imagine então o quanto deve ser difícil de ouvir…

QUANDO A FAMÍLIA NÃO ACEITA

Muitas vezes os pais nem desconfiam que seu filho possa estar precisando de ajuda. Ou até possam desconfiar, mas recusam-se a aceitar.

É necessário entender que cada família reage à sua maneira. Em geral, existem três fases após o diagnóstico: a negação, o luto e, então, a aceitação. O tempo em cada fase varia muito. O importante é compreender que essa família precisa ser acolhida.

Quanto mais demorado for esse processo de aceitação, pior será para o desenvolvimento da criança. Por isso, o apoio a essa família será fundamental. Outro ponto importantíssimo a considerar é que sozinho o professor não irá muito longe. É importante que uma parceria de confiança se inicie o mais breve possível!

JUNTOS, VAMOS À LUTA!

Transtornos de aprendizagem são comuns. Além disso, todas as crianças possuem particularidades (habilidades e dificuldades) que precisarão de um atendimento personalizado. O autismo é apenas um jeito diferente de pensar e agir, que afeta a forma como a pessoa se comunica e se relaciona com o mundo ao seu redor. Compreender e aceitar fica bem mais fácil se enxergarmos dessa forma!

Outro ponto importante a considerar é sempre dar ouvidos às queixas e reivindicações dos pais. Mesmo que eles não tenham formação médica ou pedagógica, são eles que convivem diariamente com a criança. Eles saberão dizer o que a deixa mais calma, como ela se comunica, quais são suas dificuldades, que situações a deixam ansiosa, etc.

AJUDANDO A CRIANÇA

Ensinar alunos com autismo ou com qualquer outra deficiência é um trabalho árduo, que exige amor, paciência e perseverança. Cada vez mais eu vejo professores e outros profissionais da área da educação buscando informações sobre as necessidades especiais. Isso é maravilhoso!

A melhor coisa que um professor pode fazer para ajudar nesse momento é aprender sobre o espectro autista, suas peculiaridades, seu funcionamento. Compreender o problema irá ajudar o professor a gerenciar suas próprias ações diante de um comportamento aparentemente inadequado, de uma dificuldade de aprendizagem, ou de uma falha na comunicação.

Nunca se esqueça que a melhor forma de conectar-se com uma criança com autismo é através do amor e da aceitação. A assistência a essa criança em sala de aula irá começar e terminar com a compreensão!

Por Amanda Puly

VEJA TAMBÉM:

8 coisas que gostaríamos que professores de crianças com autismo soubessem

Aluno com autismo: 10 dicas úteis para professores

Artigos Relacionados

1 Comentário

  • Posted 27 de Outober de 2017

    Sharlene Gilli

    Eu tenho um aluno com TDH, vejo que preciso saber a lidar com iss, um pouco mais sobre eles.

Responder