Tratamento para TDAH é muito mais que medicação

Muitos são os novos diagnósticos de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e frequentemente a medicação é o primeiro recurso indicado para o tratamento. Infelizmente, pouco se fala do que pode ser feito para que a criança aprenda habilidades que precisará para que tenha uma melhor qualidade de vida futura. .

Embora alguns casos exijam que a medicação seja utilizada por toda a vida, esse não é nosso desejo para os nossos filhos, certo? A medicação pode ajudar a controlar a ansiedade, a melhorar a concentração e até a dormir melhor, mas ela não treina habilidades que a criança precisará em sua vida familiar, escolar e social.

Bem, qualquer que seja a necessidade especial de uma criança, os pais precisam estar capacitados para ajudá-la. No TDAH não é diferente! Aqui vão algumas ideias para que os pais entendam e ajudem seus filhos a desenvolver habilidades que serão necessárias no cotidiano e refletirão positivamente em seu futuro:

  • Tenha em mente que os comportamentos inadequados da criança (assim como sua falta de atenção) não são culpa dela. Não adianta impor uma disciplina rigorosa, pois isso pode agravar ainda mais alguns sintomas.
  • Estabeleça uma rotina junto com a criança. Isso quer dizer que vocês devem sentar juntos e decidir qual o melhor horário para arrumar o quarto, fazer as lições de casa, estudar, etc.
  • É importante intercalar momentos de estudo com momentos de lazer. Nunca fazer um período muito extenso em uma mesma atividade, pois ela certamente não será proveitosa.
  • A rotina precisa ter tempos de horário livre. Isso significa que fazer nada também estará na rotina! Momentos em que a criança relaxa, se isola se for necessário, se reorganiza, acalma seus pensamentos, se desliga das obrigações e das regras sociais. Uma sugestão é colocar esses horários livres próximos a atividades que exijam a concentração da criança, como antes e após a escola ou próximo ao horário das lições de casa.
  • Não carregue a agenda do seu filho com atividades extracurriculares. Ele não dará conta e isso poderá também prejudicar o aproveitamento escolar, além de ser desmotivador.
  • Faça metas pequenas. Não passe muitas atividades ao mesmo tempo para que ele execute. Uma coisa de cada vez e sempre utilize o reforço positivo quando for concluída.
  • Converse com seu filho para saber quais são suas ansiedades e seus medos. Mantenha um diálogo aberto.
  • Dê mais confiança a ele. Demonstre que você acredita. Pode parecer controverso, mas quanto mais repreendemos, mais os comportamentos retrocedem. Tente chamar menos atenção, brigar o mínimo possível e exaltar o que ele faz de melhor.
  • Incentive o hábito de contar histórias, sejam elas de um filme, livro ou do seu próprio dia a dia. O objetivo aqui é fazer com que ele trabalhe sua memória e também o alinhamento do pensamento (começo, meio e fim).
  • Incentive a prática de atividades físicas. É uma forma de usar a energia que a criança tem em excesso e paralelamente ensinar a disciplina e a convivência. Leve em consideração quais são os esportes de preferência dela.
  • Quando precisar repreender, esqueça os sermões e seja objetivo.
  • Recompense não só as vitórias, mas sempre que houver esforço. Elogios são de graça!
  • Utilize lembretes e recadinhos para coisas importantes que seu filho não pode esquecer.
  • Ensine a fazer listas, colocar metas/objetivos do dia de forma escrita.
  • Crie brincadeiras que envolvam a organização e a memorização, como colocar livros em ordem alfabética, objetos em ordem crescente ou decrescente, alinhar cartas de baralho por sequência de números e naipes.
  • Reserve um tempo para auxiliar nas atividades escolares e estudar para as provas. Apesar de estar desenvolvendo a autonomia, seu filho ainda precisa de ajuda para manter a concentração.
  • Mantenha contato com os professores e coordenação da escola. Esteja a par das dificuldades e superações.
  • Pratique a terapia do abraço. Quando estiver prestes a surtar, dê-lhe um grande abraço apertado.

E por último: paciência, MUITA paciência! Não existe fórmula mágica. Respire fundo e acredite que com serenidade e persistência as coisas irão gradativamente mudando. Para melhor.

Parecem medidas simples, mas é necessário prática e persistência. Dessa forma, a criança cresce tendo consciência da necessidade da organização, das atividades físicas, do controle emocional, do desenvolvimento da autonomia e do autoconhecimento em sua vida.

Por Amanda Puly

Como o professor pode ajudar a criança com TDAH?

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