Faça menos pelo seu filho
Para o bem de nossos filhos – e para o restante da sociedade também – precisamos praticar um exercício diário de desapego: deixar de ser tão indispensáveis na vida de nossos filhos.
Sei que estou mexendo na ferida de muitas mães (talvez eu até esteja entre elas). Somos super mães corujas, hiperprotetoras e só queremos o melhor para os nossos filhos. Mas hoje estava observando meu filho mais velho e percebendo o quanto ele precisa cada vez menos de mim. Não estou falando de dar menos amor, e sim de estimular a autonomia e a independência.
Uma boa forma de praticar e medir esse “desapego” é enxergar um pouco menos o quanto nós fizemos por eles e voltar nosso olhar para o quanto nós os ensinamos a fazer de maneira independente, ou ainda, o quanto eles evoluíram por conta própria.
Eu sei que é instintivo que nós estejamos constantemente tentando tornar mais fácil a vida de nossos filhos. O problema é que, mesmo sem querer, podemos estar limitando suas oportunidades de descobertas e aprendizados.
Lembre-se de quantas vezes você, por pressa, preferiu vestir seu filho rapidinho. Ou então quando deu comida em sua boca. Ou ainda, quantas vezes não interferiu até nas brincadeiras., tentando deixá-las do seu jeito. Se identificou em alguma das situações?
A preocupação mais recorrente entre os pais – principalmente quando falamos em necessidades especiais – é “e quando eu não estiver mais aqui?”… Bem, você precisa preparar seu filho para esse dia. E para isso é necessário tirá-lo constantemente de sua zona de conforto.
Adote essa regra: tudo que seu filho já for capaz de fazer sozinho (ou puder aprender), ensine-o a fazer. É simples… mostre como faz, ajude-o a fazer, assista-o fazendo, comemore mais uma conquista. Acredite em mim, dá um orgulho danado vê-los fazendo coisas de maneira independente, ainda mais quando exigiu de nós muita perseverança.
Permita que seu filho vista a camisa do lado avesso e calce os tênis com os pezinhos trocados. Permita que ele tente! Permita que ele faça escolhas, erre, volte atrás e aprenda com seus pequenos erros. É assim que se constrói autonomia! É assim que eles aprendem a depender cada vez menos de nós…
Por Amanda Puly
