Crianças com deficiência não são enviadas a pais especiais

“Deus dá filhos especiais para pais especiais”… “você foi escolhido(a)”… “essa é sua missão”… Taí algumas coisas que ouvimos muito, frases bastante comuns. Você já deve ter ouvido algo parecido por aí ou até mesmo dito.

Pois bem… eu entendo que isso é um elogio, ou uma forma de gentileza, mas isso tudo não é bem verdade. Somos pais comuns, iguais a tantos outros. Em geral, nem queremos esse título, pois ele traz consigo um peso enorme!

Aquele dedo que aponta VOCÊ FOI ESCOLHIDO, dá uma sensação ruim e aquela culpa, já que não podemos ficar cansados, nem ter vida própria e sermos detentores de uma paciência infinita.

Ter um filho com necessidades especiais significa ter um filho com necessidades diferentes das crianças típicas. Certamente algumas coisas são mais fáceis, outras nem tanto. Os pais de uma criança especial tentam fazer o que quaisquer pais naturalmente fariam: tudo o que for possível para ver seu filho feliz. A gente persiste porque alguém que amamos muito precisa de nós. Isso não nos torna especiais, qualquer um o faria!

Crianças com deficiência são como todas as outras crianças: pequenas criaturas que serão amadas incondicionalmente por seus pais. Quando não somos fortes o suficiente, vamos em busca dessa força. E nessa jornada em família, iremos tropeçar, perder a paciência, buscar o equilíbrio, nos reinventar.

Nenhum pai ou mãe foi escolhido, assim como nenhuma criança deve ser um fardo. Somos todos seres humanos habitantes do mesmo planeta, vencendo e superando nossos desafios diários.

Como pais, nosso trabalho é amar, encorajar, ensinar e lutar pela qualidade de vida de nossos filhos. E é isso que fazemos! Mas também temos o direito de chorar, desanimar, levantar, cair de novo, pedir ajudar, sentir culpa… e recomeçar. De muitas maneiras, nossa vidas são diferentes, como a de quaisquer outras pessoas.

Por Amanda Puly

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