TDAH: mentes que fogem do tédio
Crianças com TDAH são imaginativas, criativas, espontâneas e espirituosas. Mas se tem um verbo que as define bem, esse verbo é “procrastinar”.
Do dicionário:
Deixar para depois, adiar, postergar, deixar para outro dia.
O problema das atividades como fazer lição de casa e arrumar o quarto, por exemplo, é que são entediantes, chatas. E a mente TDAH evita esse tipo de atividade a qualquer custo.
Junte essa fuga das atividades entediantes a uma maravilhosa e atrativa tela de computador ou celular e terá a fórmula do hiperfoco bem mal aplicada…
A falta de atenção não é um sintoma do TDAH, e sim a desregulação da atenção. Exite muito foco direcionado a poucas coisas. E, claro, é difícil motivar qualquer criança a parar de se divertir quando sua outra alternativa é o tédio.
O problema é que a procrastinação faz com que a criança sinta-se preguiçosa, improdutiva e sempre com aquela sensação de tarefas inacabadas. Medicações podem ajudar na regulação da atenção, mas podemos tentar outras estratégias para treinar nossos filhos:
- Gerencie o tempo. Defina limites para uso de eletrônicos e estabeleça um cronograma de rotinas onde se encaixem outras atividades importantes.
- Torne as tarefas menos entediantes. Transformar as atividades diárias em brincadeiras funciona bem com as crianças pequenas. À medida que crescem, troque por recompensas que motivem a concluí-las.
- Faça listas. A criança pode ir marcando ao longo do dia aquilo que conseguiu concluir. É mais fácil ter a memória visual do que ainda precisa ser feito e poder decidir as prioridades.
- Subdivida as tarefas. Ao invés de delegar uma longa tarefa, quebre-a em atividades menores. Essa subdivisão dá aquela sensação boa de estar concluindo coisas, e não apenas com uma atividade interminável.
- Não sobrecarregue. Tenha cuidado ao definir tarefas, para que a criança tenha tempo de fazer o que gosta também. Além disso, é mais motivador conseguir dar conta do que ter sempre itens que foram deixados para trás.
A criança com TDAH precisa da ajuda de seus pais para aprender as habilidades de organização e de definição de prioridades para enfrentar a procrastinação. Que tal ser esse apoio que elas precisam?
Por Amanda Puly