Autismo, sensação de impotência e curas milagrosas

O autismo é um transtorno que afeta não só a pessoa diagnosticada, mas toda sua família. Ele mexe com a rotina, os hábitos e as emoções de todos que convivem.

Toda a família se abala emocionalmente com a notícia do diagnóstico e a principal razão para isso é a sensação de impotência, já que o autismo não tem cura. Junto a essa sensação existe o medo que a criança agora diagnosticada nunca consiga falar, se torne agressiva ou totalmente distante. Medo dessa imagem equivocada e distorcida que a maioria das pessoas ainda têm do autismo.

A fragilidade da família somada à falta de informações e os muitos profissionais ainda desqualificados e “espertos” fazem dessas pessoas alvos fáceis para o “comércio” do autismo. São promessas de curas que alimentam de esperanças as famílias recém diagnosticadas e parecem ser aquela luz no final do túnel, mas na verdade não passam de malandragem.

Vale ressaltar que existem algumas condições que estão relacionadas ao autismo (como epilepsia, ansiedade e problemas gastrointestinais), mas que não são o autismo. Tratar essas condições não é o mesmo que curar o autismo. Em alguns casos extremos, ofertas enganosas podem ser extremamente perigosas – até fatais – para crianças com autismo.

Tenha cuidado com tratamentos duvidosos, medicamentos sem comprovação, métodos inovadores, informações contraditórias, depoimentos de pessoas que foram supostamente curadas, falta de embasamento, dietas restritivas sem indicação médica, etc. Fique alerta e duvide!

Não busque culpados ou a fórmula mágica da cura. Um tratamento inadequado não é só um gasto financeiro desnecessário. Pode trazer consequências graves por toda vida da criança!

Termos como ‘cura’ ou ‘recuperação’ estão geralmente relacionados a pessoas que desenvolveram habilidades para uma vida mais independente e com mais qualidade, porém permanecem com o autismo, Autismo não se cura, mas isso não significa que nada pode ser feito. É possível estimular a autonomia e a independência com os tratamentos adequados! Busque aceitação, conhecimento, orientação médica real e oferecer apoio e qualidade de vida à criança!

Por Amanda Puly

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