Autismo, brincadeiras e atividades físicas

Nosso corpo aprende através das experiências que vive. Através das atividades físicas, as crianças melhoram o conhecimento do próprio corpo, aumentam a força muscular, adquirem habilidades motoras, aprendem a planejar estratégias, aprendem regras, compreendem os conceitos de ganhar e perder, desenvolvem habilidades sociais, etc.

Se são tantos os benefícios, por que não insistimos nessas atividades para o desenvolvimento e melhora na qualidade de vida das crianças com autismo? Já sei o que estão pensando: crianças com autismo não gostam de esportes… ou não gostam de atividades em grupo

A criança que não gosta de participar de atividades físicas provavelmente tem dificuldades com as habilidades exigidas (motoras, sociais, entendimento de regras, etc). Mesmo assim, ela precisa ser incentivada a participar, para que consiga desenvolver essas habilidades.

O QUE DEVO CONSIDERAR ANTES DE ESCOLHER UMA ATIVIDADE?

É importante ficar atento quando uma criança com autismo estiver realizando uma atividade física, pois ela pode se sentir cansada, tanto física quanto mentalmente, mais rápido que as demais. Pode também sentir sede, frio, calor ou exaustão, sem perceber ou conseguir avisar suas necessidades.

Outro ponto importante é identificar possíveis gatilhos para a ansiedade da criança. Apresentar-lhe inicialmente aos esportes individuais e, posteriormente, aos em que são em grupos pode ajudar. Quando a criança é mais nova ou ainda não teve contato com atividades esportivas, os princípios e treinamentos devem ser apresentados individualmente. Nesta fase, podemos sugerir: chutar bola ao gol, fazer pequenos circuitos, iniciação na natação (que eu particularmente amo!), pular corda, brincadeiras com saltos e giros, bambolê, boliche, etc. Uma das melhores opções para iniciar é o circuito, uma atividade que pode ser individual e a criança consegue identificar claramente o começo e o fim da atividade. Atividades estruturadas e organizadas evitam o estresse e a ansiedade de não saber o que será feito e quanto tempo irá durar.

À medida que a criança desenvolve seu gosto por algum esporte específico e aprimora sua compreensão com relação a ele, podemos inserir novas regras e incluí-la em pequenos grupos, aumentando gradativamente o grau de dificuldade dos desafios apresentados. Ela deve ser aos poucos integrada, considerando suas habilidades e respeitando suas limitações. Nesta fase, encontrar um professor paciente e carismático pode representar permanência no esporte escolhido e o aperfeiçoamento de suas habilidades. Quem sabe não formamos um futuro profissional, craque, campeão, medalhista?

Quando a criança aprende a gostar de algum esporte e o pratica com regularidade, ela melhora sua autoestima, reduz a ansiedade e amplia suas possibilidades de relacionamentos sociais. Tudo isso de uma forma lúdica! Vale a pena, concorda?

Por Amanda Puly

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