A tão tão distante educação inclusiva
Quando falamos em educação inclusiva, imediatamente pensamos nas práticas voltadas ao aluno com deficiência. Mas a inclusão destina-se a um grupo muito maior, formado por crianças e adolescentes que, por diversas razões, apresentam dificuldades de aprendizagem.
Incluir vai além de simplesmente compartilhar do mesmo espaço e do mesmo oxigênio. É também muito mais do que dar oportunidade de aprender. É reconhecer que a criança ou adolescente pertence à sociedade, é permitir que ele(a) construa sua identidade junto aos demais. Incluir é aceitar, dar apoio e reconhecer o direito de pertencer.
A chave para que a educação inclusiva aconteça é permitir que todas as crianças aprendam juntas, tirando o foco das dificuldades e diferenças individuais, e concentrando-se em qualidades e pontos fortes. É dar a mesma oportunidade a todas as crianças, com os apoios individuais adequados. A educação inclusiva valoriza a diversidade e as contribuições únicas que cada aluno traz à sala de aula.
A escola é a primeira relação que a criança tem com o mundo, fora de sua família e esse contato permite que ela desenvolva relações sociais e interações. E quanto maior for a diversidade nesse primeiro contato, mais respeito e compreensão existirão na humanidade que se forma.
Todos se beneficiam com a inclusão. Todos aprendem. A inclusão oferece oportunidades para entender e aceitar as diferenças individuais, diminuindo a discriminação. As amizades se formam diversificadamente.
Principais barreiras encontradas para a inclusão aconteça
É claro que simplesmente colocar em conjunto crianças com e sem deficiência não significa incluir. A educação inclusiva ocorre quando há apoio, planejamento, defesa e compromisso contínuos.
Algumas barreiras que atrapalham a inclusão:
- Limitações físicas na escola;
- Dificuldades em conseguir materiais adaptados;
- Número excessivo de alunos por sala de aula;
- Metodologias inflexíveis;
- Critérios de avaliação rígidos;
- Medo do diferente;
- Falhas na comunicação entre família e escola.
Eu poderia citar também a falta de formação, porém o conhecimento se constrói. Ninguém está completamente formado e a melhor parte se adquire na prática, através da troca de experiência, das conversas com a família e do contato cotidiano com a criança.
Educação inclusiva de qualidade
Para que a inclusão funcione efetivamente, ela precisa:
- Que todas as crianças sejam valorizadas e recebam as mesmas oportunidades e experiências.
- Que todas as crianças recebam o apoio e o suporte necessários para desenvolver seu potencial.
- Que seu direito de inclusão seja garantido em qualquer lugar. A inclusão não é privilégio, é direito.
A inclusão é um convite ao aprendizado. Não só ao aprendizado profissional, é crescimento pessoal. É compreender a diversidade. É possibilitar a mudança do conceito de educar e o futuro da educação.
Por Amanda Puly