Vamos falar de bullying mais uma vez

Fiquei chocada ao ver tantos casos de famílias que estão de luto por seus filhos, que foram vítimas de bullying. Cada vez vemos mais casos de crianças que tiram a própria vida em uma atitude de vergonha ou desespero, ou outras que morreram durante atos de bullying. Mesmo as crianças que não são vítimas fatais, carregarão marcas por toda a sua vida.

Tragédias que resultam de bullying e cyberbullying parecem estar em ascensão. O bullying degrada, humilha, viola. E como mãe de duas crianças em idade escolar, vejo muitos outros pais com o mesmo receio.

O bullying inclui violência física e intimidações. E não é nenhuma novidade, cada vez estamos mais conscientes dos danos que ele causa. Essa cultura que se formou criou muitos desafios e obstáculos para as crianças aprenderem, brincarem e crescerem.

Qual é o nosso papel nisso tudo? Sendo pais de vítimas ou agressores, ou mesmo não estando envolvidos, muito pode ser feito para interromper essa cultura:

  • Comece cedo. Não é necessário esperar que seu filho seja uma vítima ou esteja agredindo outras crianças para conversar com ele sobre respeito às diferenças. Até as pequenas provocações devem ser eliminadas. Cada vez que uma criança intimida o irmão mais novo ou até mesmo quando os pais usam da sua posição hierárquica para educar, estimula-se a cultura do medo, de que sempre vence o mais forte.
  • Ensine seu filho a comunicar o que sente. Incentive-o a expressar seus sentimentos de forma clara, a dizer não quando estiver desconfortável, a defender-se sem lutar e a ficar longe de situações perigosas.
  • Interfira quando presenciar uma intimidação. Mesmo que seja uma agressão verbal e as crianças ou jovens envolvidos não seja seus filhos, intervenha. Nunca fique em silêncio. Ensine seu filho a avisar adultos próximos quando presenciar uma situação também.
  • Reconheça os sinais de possível depressão. A maioria das vítimas de bullying não comunica as agressões aos seus pais. Então, fique atento a mudanças de comportamento, tristeza, isolamento, dificuldades na concentração e problemas de sono. Queda no rendimento escolar também podem ser indícios.

O bullying só continua quando nós permitimos. Vamos educar nossos filhos para o respeito, para a empatia. Quem sabe não conseguimos começar a transformação que tanto desejamos ver no futuro…

Por Amanda Puly

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