Como a hiperatividade se manifesta na vida adulta?
Engana-se quem pensa que a hiperatividade das crianças vai embora com o passar dos anos. Ela apenas se manifesta de maneira diferente. Ela deixa de ser o excesso de energia, aquela “inquietude” infantil, para se tornar agitação, impaciência ou nervosismo (ou tudo isso junto). A inquietação também prevalece, mas de maneira mais sutil.
Com o passar dos anos, a pessoa que tem hiperatividade consegue criar adaptações para driblá-la. Ela muitas vezes nem tem um diagnóstico, apenas desconfia. É realmente mais fácil identificar nas crianças, mas a probabilidade aumenta muito quando um filho ou sobrinho recebe o diagnóstico.
Veja alguns exemplos de como ela se manifesta nos adultos:
- Não conseguir manter-se por muito tempo em empregos monótonos.
- Sentir-se torturado ao ficar parado em uma escada rolante.
- Apresentar instabilidade nos relacionamentos, trocando de parceiro quando o convívio torna-se rotineiro.
- Rabiscar mil papeizinhos em ligações telefônicas ou reuniões.
- Não ter paciência no trânsito, dirigir com velocidades altas, muitas vezes de maneira imprudente.
- Não conseguir relaxar, tirar um cochilo, descansar.
- Começar muitas tarefas, tentar executá-las ao mesmo tempo sem efetivamente conseguir concluir.
- Usar o álcool, cigarro ou outras drogas para extravasar. Muitas vezes em idade precoce.
- Ser atraído por atividades estimulantes, que envolvam adrenalina ou riscos.
- Ter em casa aparelhos de ginástica, instrumentos musicais, equipamentos de mergulho, materiais para artesanato, e muitas outros objetos que simbolizam o início de atividades que não duraram muito tempo, popularmente conhecido como “fogo de palha”.
- Rotina definitivamente não é bem a palavra que o define.
Muitos adultos conseguiram sozinhos criar estratégias para contornar a hiperatividade e minimizar as consequências dos sintomas. Mas, para outros, o convívio com esses sintomas pode ser muito difícil. Por isso é tão importante buscar o diagnóstico e o tratamento adequado em cada caso! Fazer as intervenções e mudar o estilo de vida não necessariamente eliminarão a hiperatividade, mas com certeza ajudarão as pessoas a sentirem-se mais no controle!
Por Amanda Puly