O autismo e a rigidez no pensamento

Uma das características do autismo, comum em quase todos os diagnósticos, é a rigidez no pensamento. Essa característica está relacionada ao apego à rotinas, falta de imaginação e criatividade, resistência à mudanças, comportamentos restritivos ou obsessivos.

Mania de rotina! Seguir sempre o mesmo caminho, ir sempre aos mesmos lugares, brincar com o mesmo brinquedo, assistir o mesmo filme ou desenho, fazer suas atividades sempre na mesma sequência, etc. As brincadeiras são repetitivas, geralmente os blocos são montados da mesma forma, a sequência alfabética ou numérica precisa estar completa e correta, as cores separadas. A alimentação pode ter um padrão também, como comer somente alimentos de uma cor, ou não misturar os alimentos no prato.

Seguir sempre a mesma sequência ou o mesmo “ritual” para realizar uma atividade passa segurança para pessoas com autismo. E eles gostam disso, gostam de ter previsibilidade do que irá acontecer! Algumas crianças ficam muito agitadas, podendo até desenvolver comportamentos agressivos por causa de uma pequena mudança na rotina. Por isso é importante preparar a criança com antecedência sempre que precisar alterar algo em sua rotina. Se quiser ver algumas dicas sobre como trabalhar as mudanças na rotina, clique aqui!

Uma das áreas afetadas pela rigidez do pensamento é a imaginação (criatividade): a criança não consegue enxergar outras formas de brincar com seu brinquedo, não entende brincadeiras simbólicas, considera errado fazer uma sequência diferente da que está acostumada. E tudo isso prejudica seu convívio com outras crianças e seu relacionamento social.

Outra área afetada, que possivelmente acompanhará a criança até a vida adulta, é a dificuldade em compreender a linguagem simbólica. Expressões como “cair na estrada” ou “sair voando” são entendidas em seu sentido literal. Essa característica também está relacionada à falta de percepção de um comentário irônico ou sarcástico, o que faz parecerem pessoas ingênuas.

É importante criar estratégias para diversificar aos poucos as brincadeiras que a criança está acostumada, fazer caminhos diferentes, mudar sequências, propor mudanças na rotina. É provável que na vida adulta ela ainda mantenha alguns rituais e manias, mas aprenderá a aceitar opiniões diferentes, pensar em um “plano B” para determinadas situações e quem sabe até achar soluções criativas quando necessário.

Por Amanda Puly

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