Sonhos e expectativas: o olhar sobre as limitações da criança

Talvez você tenha planejado um grande atleta, mas seu filho se revelou um ótimo leitor. Talvez ele tire notas mais baixas do que você esperava. Talvez ele não seja tão extrovertido. Nem sempre os filhos se tornam aquilo que foi tão planejado para eles…

Ter filhos nos alimenta de expectativas e sonhos. Sim, temos que acreditar! E frequentemente estamos tentando fazê-los chegar exatamente onde esperávamos que estivessem. Queremos ver nossos filhos independentes, conquistando aos pouquinhos sua autonomia.

Mas precisamos entender que talvez o caminho que nós planejamos, pode não ser exatamente o que será seguido por eles. Talvez seja necessário dar um passo atrás e mudar nosso olhar, visando onde essa criança pode e realmente quer chegar.

E quanto às necessidades especiais? Tão importante quanto conseguir tratamentos adequados ou lutar pela inclusão escolar de verdade, é o olhar que os pais especiais têm sobre as limitações de seus filhos. Ou seja, acreditar realmente em suas capacidades.

Pergunte-se: Qual o meu maior desejo hoje com relação ao meu filho? O que desejo que ele alcance? Quais metas tenho para seu desenvolvimento?

UM PASSO DE CADA VEZ

Uma grande expectativa requer grandes esforços e pode acabar em uma grande frustração. O segredo para não acabar dessa forma é dividir um grande objetivo em metas menores.

Vou dar um exemplo: supondo que seu grande sonho seja ver seu filho independente, com autonomia para realizar as atividades diárias sozinho, dividir essa grande meta em metas pequenas pode ajudar muito!

Trabalhe uma coisa de cada vez, como vestir-se ou comer sozinho. Cada pequena meta deve ser encarada como algo que a criança realmente conseguirá. E aí que entra o olhar dos pais! Às vezes vemos crianças que comem sozinhas na escola e que a mãe continua dando comida na boca em casa. Ou que a escola esteja empenhada em tirar a fralda, mas os pais já desistiram.

  • Se seu filho demora 10 minutos para subir um lance de escada, não o carregue no colo. Deixe que ele aprenda aos poucos, a seu tempo. E mostre que você acredita que ele consegue.
  • Se você quer que ele se vista sozinho, deixe que primeiro aprenda a tirar a roupa. Depois vá incentivando que tente, mesmo que seja só erguer a calça ou que os chinelinhos fiquem trocados de vez em quando.
  • Use palavras de incentivo e comemore cada conquista. Cuidado com “você não faz nada direito”, “deixa eu faço por você”, “você não consegue”. Aprenda a admirar as pequenas vitórias!

Agora uma reflexão para nós, pais especiais:

> Eu realmente acredito que meu filho é capaz?

> O que eu tenho feito para que minhas expectativas sejam atingidas?

> Eu respeito os limites do meu filho?

> Estou enxergando seu desenvolvimento e dando valor às suas pequenas vitórias?

Por Amanda Puly

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