Brincadeira de menino ou de menina?

 

Em nossa cultura, ainda é muito forte a separação entre brincadeiras de meninos e brincadeiras de meninas. Felizmente essa rotulação começa mudar, dando já um pequeno espaço (por enquanto) à livre escolha do brincar. A vontade de brincar com um ou outro brinquedo, nada tem a ver com a opção sexual. A criança só liga uma coisa a outra quando essa semente é plantada em sua cabecinha por um adulto.

A questão aqui não é estimular um tipo específico de brincadeira, forçando a barra para despertar o interesse da criança. E sim, permitir que ela brinque com o que desejar, explorando diferentes tipos de brinquedos sem a intervenção de um adulto que tente mudar a direção do brincar, por julgar não estar de acordo com o gênero.

 

A menina pode muito bem fantasiar-se de princesa ou brincar com panelinhas, mas deve poder divertir-se com carrinhos ou imitar um super-heroi, se tiver vontade.

O menino pode ser fã de um jogador de futebol ou empinar pipas, mas nada deveria impedí-lo de embalar uma boneca ou de brincar de fazer comidinhas, se assim o desejasse.

Quanto mais vivências sadias e experiências lúdicas a criança tiver, mais oportunidades terá em seu desenvolvimento.

Em sala de aula, já presenciei muitas reações preconceituosas entre as próprias crianças com relação à preferência por determinadas cores, ou por escolha de brincadeiras e de parceiros do brincar. Já perdi as contas das vezes que tive que adaptar meu planejamento para conversar sobre situações assim.

Eu mesma descobri o prazer de jogar futebol somente depois de adulta. E adorei! Não sei porque, mas antes disso nunca tinha experimentado.

Se o adulto respeita as escolhas da criança, esta crescerá aprendendo a respeitar as escolhas dos outros também. Se a criança cresce sendo “podada” e até ridicularizada em seus desejos referentes ao brincar, provavelmente será mais intolerante e reproduzirá esse comportamento no futuro.

Fica a reflexão!

Por Paula Puly

 

 

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