Quando a inclusão é, na verdade, exclusão

Todas as crianças têm direito à inclusão no ensino regular, sejam elas portadoras de necessidades especiais ou não.

Inclusão, do dicionário:

  1. Incorporação, inserção, integração.
  2. Integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade.

De acordo com nossa legislação, nenhuma escola pode se recusar a receber um aluno com necessidades especiais. Bem, na prática não é exatamente o que vemos… E estar matriculado não significa estar incluso. Muitos professores não possuem conhecimento suficiente para receber essas crianças, nem recebem o suporte necessário para atendê-las com qualidade.

Estar dentro desse contexto não seria então uma forma de exclusão?

Vemos então crianças dentro da sala de aula que não participam das atividades em grupo, que não conseguem aprender o que é proposto, que não conseguem comunicar o que desejam, que não conseguem ter amigos, que não desenvolvem a linguagem, etc.

“Eu, como professora da rede particular, sei que essa é a realidade. Os alunos de inclusão não conseguem grupos pra fazer os trabalhos, no recreio ficam só com os outros alunos de inclusão. Alguns tomam remédios tão fortes que dormem em sala. Eu fiz um curso de extensão pra entender um pouco as principais dificuldades e transtornos que temos recebido na escola, mas mesmo os cursos são superficiais e falham em apresentar sugestões práticas e possíveis de trabalhar nunca sala com 40 alunos por exemplo. É uma tristeza. Dá uma sensação de impotência gigante. É frustrante saber que tentamos comunicar, ensinar, mas há tantos obstáculos, inclusive pais que recusam a tratar os filhos mesmo quando diagnosticados. São inúmeros problemas. Esses são ainda maiores na rede pública. Vamos lutando.” (Luana Gabriela, professora)

As atividades precisam ser adaptadas para que o aluno com necessidades especiais não seja excluído da dinâmica da sala de aula. Uma forma simples de fazer essa adaptação é adequar o conteúdo que está sendo ensinado ao cotidiano da criança, às suas vivências.

Uma estratégia muito positiva é inverter a sala de aula, isto é, ensinar o conteúdo a partir do que é trazido pelo aluno.

Estar dentro da sala de aula, como mais um desafio que o professor não consegue dar conta, sem explorar suas capacidades e sem saber lidar com suas limitações, pode comprometer ainda mais o desenvolvimento do aluno.

Muitas crianças acabam por se “adaptar” ao padrão e conseguem desenvolver-se e aproveitar os benefícios que o ambiente escolar oferece. Mas em  muitos casos há o abandono da escola, porque a criança não conseguiu acompanhar o desenvolvimento dos colegas ou porque houve agravamento de comportamentos inadequados.

Incluir significa saber lidar com as diferenças. Cada criança inserida no contexto escolar terá suas necessidades únicas e, portanto, precisará de um atendimento diferenciado. A convivência permite conhecer, experimentar e aperfeiçoar-se. Se a inclusão é um direito, não há mais como falar de educação sem levá-la em consideração.

A inclusão de alunos com necessidades especiais, em classes comuns, exige que a escola regular se organize de forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagens a todos os alunos, especialmente àqueles portadores de deficiência.
(Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica/2001)

Por Amanda Puly

 

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A inclusão de autistas no ensino regular

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1 Comentário

  • Posted 18 de Fevruary de 2016

    Vicencia Ilza Martins Da Costa

    Eu morava em Osasco tem vinte dias que vim morar em Fortaleza.A minha preocupação era como o Richard e a Rillary ia se adaptar,eles estão mim surpreendendo pois estamos na casa de meu cunhado pois nossa casa,esta fazendo a reforma ainda.Sobre a escola tem uma cuidadora e a professora é novata na escola,más mim parece bem atenciosa,também tudo esta sendo muito novo,ainda estou procurando a fono e o Neuro pro Richard,estou na luta…

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