Autismo: Vencendo a batalha de cortar os cabelos!

Contrariando a minha genética, meus filhos têm bastante cabelos, e eles crescem rápido. Acho que muitas famílias que têm uma criança autista irão se identificar: cortar os cabelos é sempre uma luta!

São vários os motivos para a criança com autismo não gostar desse momento: a mudança da rotina, o contato físico, a capa, o ambiente diferente, o medo da máquina e da tesoura, etc.

Vai chegando o temido dia de cortar os cabelos, começamos a suar frio. Mas depois de inúmeras tentativas, acho que finalmente chegamos a um momento de paz para cortar os cabelos. Aqui deixo algumas ideias para tranquilizar esse momento, que funcionaram para nós:

• Preparamos com antecedência o que irá acontecer: “Olha, seu cabelo está crescendo, está chegando a hora de cortar um pouco.“; “A mamãe vai marcar um horário no salão.“; “A mamãe marcou para daqui dois dias.“; “Iremos amanhã!“.
• Eu marco sempre no mesmo lugar, sempre com a mesma profissional. Quando chegamos ao salão, a cumprimentamos e lembramos da última vez que estivemos lá.
• Chegamos uns 5 minutos antes do horário marcado, para que ele veja como as outras crianças saem bonitas e felizes!
• A pessoa que o atende precisa lhe passar segurança. Então lhe mostramos a capa, explicamos que é para que os cabelinhos não caiam em sua roupa. Deixamos seus bracinhos livres, para fora da capa. Mostramos a tesoura, deixamos que ele toque a máquina e a sinta tremer. Tudo com muita paciência, sem forçar, respeitando seu tempo.
• Ainda trabalhando a confiança, mostramos o espanador e o deixamos em sua mão para que limpe os fios que caírem em sua capa.
• Levo comigo o brinquedo coringa. Sabe aquele que encantou os olhos quando ele viu a primeira vez? Está guardado, esperando esses momentos! Vale também um joguinho ou aplicativo de tablet/celular.
• Durante o corte, conversamos muito com ele. Sobre os assuntos mais variados, que sabemos que ele gosta. No caso dele envolve escrever o nome das pessoas que estão ao redor (inclusive da cabeleireira) ou fazer algumas continhas de matemática.

É claro que algumas dicas funcionam para uns, mas para outros não. Vale trocar o bom comportamento por algo que ele goste também, dependo do seu entendimento. E usar o bom senso dos limites do seu filho.

E se tiver uma dica diferente que funcionou com você, divida com a gente!

Por Amanda Puly