Como será o futuro do meu filho autista?

Entender que seu filho está dentro do espectro autista é difícil, mas é só o começo. Logo após o diagnóstico surgem muitas perguntas e dentre elas talvez as mais difíceis de responder estejam relacionadas ao futuro. O que o futuro nos reserva? Como mãe de uma criança com autismo, penso muito nisso.

Cada criança responde de maneira diferente às intervenções então é difícil traçar um comparativo. Pode evoluir muito bem, pode ter muitas dificuldades, não sabemos se estamos seguindo o caminho correto. E neste diagnóstico, não importa a velocidade, o importante é que tenhamos acertado a direção!2015-10-04_20.12.52

Nosso diagnóstico foi precoce. E iniciamos os tratamentos cedo, o que fez com que muitas dos sintomas fossem revertidos. Intervenção precoce, intensiva e com a participação da família é a melhor maneira de ajudar no desenvolvimento e no bem estar da criança.

Mas por que ainda é tão difícil conseguir o diagnóstico cedo?

Os profissionais estão preparados para identificar atrasos motores e na fala. Mas são poucos os que identificam atrasos emocionais e na comunicação (olhar, expressões, comunicação), que já podem ser observados a partir dos 6 meses de idade. Por isso a maioria dos diagnósticos só acontece muito mais tarde. Além disso, que pai ou mãe quer procurar problemas no seu filho?

Quanto mais cedo o transtorno for identificado, mais eficazes serão os tratamentos e maiores as chances de os sintomas desaparecerem.

E como nem todas as pessoas que conviverão com a criança saberão lidar com suas dificuldades, nosso papel de pais é orientá-los como agir. Qualquer pessoa que tenha contato com a criança poderá contribuir para o seu tratamento e, consequentemente, para que acompanhe o desenvolvimento de seus pares.

Mas e aí, tem cura?

Muitos são os estudos feitos visando a cura do autismo. A verdade é que ela não existe porque o autismo não é um doença. Nem medicações específicas existem. Alguns medicamentos são receitados para melhorar o sono, controlar a ansiedade, hiperatividade, dentre outros sintomas, mas nenhum específico para autismo.

Nós, pais e mães de crianças com autismo, estamos sempre em busca de novas alternativas de tratamentos e terapias que possam oferecer mais qualidade de vida aos nossos filhos. E nessa busca incessante nos unimos a tantos outros pais para compartilhar experiências e oferecer colo e esperança uns aos outros.

Por Amanda Puly

Artigos Relacionados

5 Comentários

  • Posted 7 de Outober de 2015

    Amanda Paschoal

    A resposta deveria ser: E dai se perceberem? Autismo não é defeito de caráter, não é algo que eu tenha que me envergonhar. Muito pelo contrario, tenho orgulho de ser autista, meus stims (estereotipias) são minha linguagem corporal e são fundamentais para minha regulação sensorial e eu não me envergonho deles. Autismo é parte da minha identidade, não quero uma “cura” e eu sou feliz assim. Ass: Uma #autistadeverdade
    Obs: Para quem não entender, quando falo em stim estou automaticamente excluindo agressividade. Isso é outra história.

    • Posted 7 de Outober de 2015

      Clube Materno

      Legal Amanda, é isso mesmo! Adorei seu comentário, seja sempre bem vinda a participar! Beijo

  • Posted 21 de May de 2016

    Maria de Nazaré Marinheiro Maria Marinheiro

    Meu filho acabou de completar 6 anos e ainda não parei de chorar! Queria ter um remédio para curar essa dor.

    • Posted 5 de Agoust de 2016

      Bruna Lacombe

      Meninas. Preciso de ajuda! Meu filho tem 1 ano e 2 meses e nao atende pelo nome, ainda nao anda e não mostra o que quer apontando. Ele as vezes olha pra mim. Na amamentação olhava por minutos… Ele ri quando fazemos gracinha, ele gosta de ver desenho com musiquinha e de peppa pig e até ri de algumas cenas. Ele não convive com outras crianças da mesma idade então não sei dizer como ele se relacionaria com elas. Porem quando ve a prima de 8 anos fazendo besteiras morre de rir com ela e a procura quando ela sai do cômodo. Ele não demonstra alegria quando me vê ao chegar em casa quando saio ou quando o papai chega do trabalho. Eu to desconfiada. Será que meu filho é autista?

      • Posted 6 de Agoust de 2016

        Amanda Puly

        Olá Bruna! Confirmar o diagnóstico só é permitido ao profissional médico (neurologista ou neuropediatra), ok? Agora, com ou sem diagnóstico, você pode ir ajudando seu filho! Oferecendo estímulos diversos, proporcionando vivências, convivendo com outras crianças, tirando da frente da TV e do tablet (não sei se é costume dele)… Ele ainda é bem novinho! Mesmo que esteja dentro do espectro, há muito que você pode fazer para ajudá-lo a se desenvolver. Eu coloco muitas dicas nesse site de como os pais e a família como um todo pode ajudar. Te aconselho a dar uma olhada nos artigos anteriores e acompanhar, que tem sempre dicas novas! Um beijo 💕

Responder